Nota de Falecimento

É com pesar que comunicamos o falecimento do querido Adilécio Faria, o Faria como ficou conhecido no meio da Assistência Social do Rio de Janeiro.

Contador por formação, a vida profissional de Faria o fez especialista no Terceiro Setor e, há mais de trinta anos formava parceria com a “Engenheira Social” Deise Gravina, atuando em diversos projetos sociais atendendo aos mais diversos públicos no Estado do Rio de Janeiro.

Faria foi peça essencial da engrenagem de instituições como o Instituto Protetor dos Pobres e Crianças Abrigo Maria Imaculada - IPPCAMI, Federação de Instituições Beneficentes do Estado do Rio de Janeiro – FIB e do Sindicato de Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas do Rio de Janeiro – SINBREF, mantendo seu bom funcionamento, integridade e qualidade dos serviços prestados aos públicos alvos.

Membro da diretoria da FIB, Faria mantinha uma estreita relação com as instituições filiadas prestando assessoria nas mais diversas áreas como Implementação e legalização de Instituições, aquisição de títulos e certificados junto a órgãos públicos e prestação de contas dentre tantos outros assuntos ligados ao funcionamento das instituições que integram o Sistema de Garantia de Direitos. O serviço de assessoria às instituições era o que mais o empolgava, era aquele que trazia um brilho especial ao seu olhar, ele amava ver as instituições crescerem. Com representação marcante nos vários mandatos que teve como no CMDCA-Rio e CMAS-RJ, lutou pelos direitos das crianças e população em risco social do Município do Rio de Janeiro, representando junto ao colegiado os interesses de todas as instituições que formam os conselhos de direitos aos quais integrou Representando o Abrigo Maria Imaculada.
“Foram muitos anos e diversas as batalhas que travamos lado a lado em prol das crianças do Maria Imaculada das Instituições da FIB. Agora me despeço com imensa tristeza e já com grande saudade do amigo e companheiro Adilécio Faria.”
Deise Gravina

FIB-RJ destaca: Terceiro Setor X Covid19

A crise que vivemos tornou ainda mais clara a importância de práticas de transparência em ONGs para aumentar a confiabilidade de apoiadores em sua atuação, como explicado por nosso colunista e parceiro Nailton Cazumbá:

“Apesar de ser considerada como a etapa final do processo de: Captação – Execução – Prestação de Contas, o exercício da transparência vem a ser o ponto determinante para o início de um novo ciclo. A partir da apresentação da prestação de contas, pode ocorrer a renovação da captação de recursos junto a doadores e financiadores.”

Nailton Cazumbá, contador especializado em Terceiro Setor e colunista da Nossa Causa
E aí é importante reforçar que a transparência precisa ser ativa, ela não pode depender da boa vontade do doador em ir atrás de informações e conteúdos sobre sua organização. A responsabilidade de alcançar o doador e todos os públicos é das ONGs.

Por isso, ao determinar e divulgar as informações, é essencial que os dados não estejam escondidos em um relatório dentro do site, a dica é tornar esses conteúdos mais compreensíveis e atrativos (lembrando que tabelas complexas e termos contábeis não facilitam o entendimento) e divulgá-los também por canais como email, redes sociais, blog, entre os outros canais de comunicação que você mantém com o seu público.

Mas não se preocupe, para facilitar o seu contato com o tema, reunimos neste artigo boas práticas de prestação de contas e comprovação de impacto de importantes organizações, como a Ação da Cidadania, FioCruz, CUFA, ICOM Floripa e Visão Mundial.

A importância da transparência durante a crise

Eduardo Pannunzio, pesquisador na FGV Direito, alertava, ainda em 2014, sobre a importância da transparência em um artigo publicado no jornal HuffPost Brasil:


“Os brasileiros precisam convencer-se da importância de uma sociedade civil organizada e atuante, restabelecendo a confiança nas OSCs. Isso, porém, não irá acontecer por geração espontânea. Um radical e incondicional compromisso com a transparência – no âmbito individual de cada OSC e coletivo, do setor – pode ser a chave para destravar esse processo.”

Eduardo Pannunzio, pesquisador na FGV Direito Concordamos com Eduardo. Vimos as ONGs passarem por algumas crises de confiança perante a sociedade durante muitos anos, culminando em uma injusta e aguda crise encabeçada pelo Presidente da República em 2019.
A pandemia escancarou para toda sociedade brasileira o tamanho de nossas desigualdades, o despreparo de nossos governantes e a precariedade dos nossos sistemas de políticas públicas. Mas, sobretudo, a pandemia revelou como estavam equivocadas as críticas negativas e questionamentos injustos sobre a atuação das ONGs.
Hoje são essas organizações as responsáveis por evitar uma tragédia social ainda maior. São as ONGs que estão na linha de frente em regiões de maior vulnerabilidade social, assistindo pessoas historicamente esquecidas pelo Estado.
Por isso, agora, apesar de ser um momento desafiador, é também de oportunidade para as organizações reconquistarem a confiança e a posição de destaque nos corações brasileiros.

“A população precisa compreender que, sem uma sociedade civil atuante, não há Estado de Direito, não há Democracia, não há desenvolvimento que se sustente. Essa, porém, é uma narrativa quase ausente do imaginário coletivo brasileiro. Precisa ser refinada, demonstrada e, sobretudo, divulgada.”
Eduardo Pannunzio, pesquisador na FGV Direito As principais práticas que contribuem para o restabelecimento de uma relação de confiança e aprovação com as pessoas são a transparência e comunicação consistente. Exemplos de boas práticas de transparência em ONGs durante a crise Ação da Cidadania A ONG Ação da Cidadania, que atua desde 1993 pela erradicação da fome e da pobreza no Brasil, apresenta na homepage de seu site os resultados de impacto da campanha Ação contra o Corona, junto com botões para doação. São apresentados a quantidade total de quilos de alimentos arrecadados, o número de pessoas impactadas e o montante total doado. No site também pode-se encontrar diversas formas de doação, conhecer os apoiadores da campanha e saber como ser uma empresa parceira.

Em sua página do Facebook e perfil do Instagram, a organização apresenta uma cobertura de suas atividades de entrega de cestas básicas e itens de higiene e limpeza, por meio do compartilhamento de fotos, vídeos e matérias da imprensa. Com a prestação de contas, transparência e a manutenção do relacionamento com parceiros e com a audiência pelos canais digitais, a organização já mobilizou mais de R$ 8 milhões e conta com grande engajamento em suas redes sociais.

FioCruz A Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) lançou o programa Unidos Contra a Covid-19,com as seguintes iniciativas: produção de kits de diagnósticos, assistência a pacientes, pesquisa, capacitação de laboratórios públicos e comunicação confiável.

O programa está captando doações de indivíduos e empresas e mantêm em seu site uma página exclusiva para a transparência, que apresenta o total arrecadado (mais de R$ 68 milhões) e a descrição detalhada da origem do recurso captado e dos investimentos realizados.

CUFA A Central Única das Favelas (CUFA), uma organização da sociedade civil com 20 anos de história, lançou a campanha Mães da Favela para ajudar as famílias neste momento difícil e apresenta em seu site o total arrecadado, os números detalhados das cestas entregues, famílias atendidas e um mapa interativo para a visualização dos dados do impacto.
Além disso, há uma página dedicada à transparência, que explica os princípios e processos de transparência da organização, bem como uma página que apresenta as empresas parceiras da campanha.
A página de doação da campanha sugere diversos valores e formas para realizar a doação, tanto de pessoas físicas, como jurídicas.
A organização já arrecadou mais de R$ 6 milhões e também conta com forte presença nas redes sociais e expressivo engajamento da audiência.
ICOM Floripa O Instituto Comunitário de Florianópolis (ICOM Floripa), uma das melhores ONGs do Brasil, lançou uma linha de apoio emergencial em seu Fundo de Impacto para a Justiça Social, que é financiado por empresas e indivíduos da Grande Florianópolis.
Os resultados, disponíveis no site da campanha, apresentam o número de doadores, o valor total arrecadado, onde foi investido e quantas famílias e pessoas foram impactadas. Ao longo de todo o site há o convite para doação e botões de ação, além de estarem visíveis as empresas parceiras e financiadoras da campanha e da organização.
Nas redes sociais a organização vem fazendo um belo trabalho de prestação de contas e comunicação e conta também com boa exposição na imprensa local.
Com a campanha, a organização conseguiu arrecadar mais de R$ 600 mil, apoiou 14 iniciativas e impactou diretamente a vida de 4.590 pessoas.
Visão Mundial A ONG Visão Mundial, uma ONG atuante no Brasil desde 1975 e premiada com o selo Melhores ONGs de 2019, está desenvolvendo uma campanha em resposta à Covid-19, focada em informação, proteção e auxílio a quem mais precisa.
A organização tem uma página de doação online própria, além de parceria com empresas que facilitam as formas de receber doações.
Os resultados da campanha estão sendo divulgados no blog da organização e em suas redes sociais. Apesar de não divulgarem o valor total arrecadado, o detalhamento do número de materiais de proteção e higiene e de crianças impactadas pelas doações está disponível nas redes sociais da organização.
Inspire-se e pratique a transparência! Com bases nas boas práticas acima, convidamos sua organização ou projeto social a investir em transparência, prestação de contas e comunicação online para colher bons frutos, assegurando a continuidade das atividades e a sustentabilidade financeira.
É hora de solidariedade, filantropia e reconstrução!


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