Roteiro para elaboração de um Projeto Social

Por Maria Cristina Salomão

Definição de Projeto

Segundo definição da ONU: “um projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de tempo e de orçamento dados”.

Elaborar um Projeto significa

Reconhecer a necessidade de intervenção diante de um problema, analisar esta necessidade, estabelecer alternativas de intervenção, analisar as alternativas, tomar decisões frente às alternativas. INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA A SUA INSTITUIÇÃO:

Segundo Mario da Costa Barbosa,

“O ato de planejar é uma postura dialética , onde o aqui e o agora são elementos a serem problematizados à luz de uma análise ou discussão reflexiva, a fim de que as consequências que resultarão do planejamento possam se constituir em respostas. Sem reflexão crítica, podemos afirmar que não há planejamento, mas atividades ou comportamento de providências, sem um comprometimento ou engajamento ideológico, apenas mera formalização ou repetição de posturas anteriores. É essa postura que vai mostrar ser cada situação uma nova situação, exigindo um posicionamento criativo, isto é não simples transposições de modelos, mas uma percepção da singularidade de cada realidade. O compromisso ideológico é dado pela visão de homem e de realidade. Logo, a escolha de alternativas, quando tratar-se de futuro coletivo, não pode estar centralizado em uma só pessoa, mesmo porque o planejamento nessa perspectiva é atividade interprofissional e social”.

Um projeto deve responder às seguintes questões:

- Onde estou? - Onde quero chegar? - Como chegar lá

O projeto é uma construção coletiva

A participação da comunidade de trabalho e da população não pode ser entendida: como uma dádiva, como uma concessão, como algo preexistente. A participação consiste na construção em conjunto. Ela é uma conquista. Segundo Danilo Gandin
“A construção em conjunto acontece quando o poder está com as pessoas..Todos crescem juntos, transformam a realidade, criam o novo em proveito de todos e com o trabalho coordenado.
É claro que as dificuldades para isto são muitas e vão desde a resistência dos que perderiam privilégios até a falta de metodologias adequadas, passando pela falta de compreensão e de desejo de realizar isto e pelo constrangimento exercido pelas estruturas existentes.”

O projeto é um processo contínuo de tomada de decisões, deve-se ter clareza de:

- Qual a visão de homem? - Qual a visão de mundo? - Qual a visão de sociedade?

Fatores chaves para êxito de um projeto segundo Domingos Armani:

- Ter objetivos e resultados claramente definidos. - Construir um clima de colaboração e envolvimento da equipe. - Sempre contar com a participação de potenciais beneficiários diretos do projeto em todas as principais atividades planejadas. - Ouvir todos os integrantes envolvidos de forma a harmonizar divergências. - Realizar um diagnóstico consistente.Segundo Danilo Gandin

“A construção em conjunto acontece quando o poder está com as pessoas..Todos crescem juntos, transformam a realidade, criam o novo em proveito de todos e com o trabalho coordenado. É claro que as dificuldades para isto são muitas e vão desde a resistência dos que perderiam privilégios até a falta de metodologias adequadas, passando pela falta de compreensão e de desejo de realizar isto e pelo constrangimento exercido pelas estruturas existentes.”

O Diagnóstico

O diagnóstico não é neutro – ele é conduzido e estruturado pela visão político ideológica da situação problema. O diagnóstico deve promover:

- O levantamento detalhado de dados e informações que possam caracterizar as condições de vida dos potenciais beneficiários. - A identificação das dinâmicas sócio políticas econômicas e culturais que explicam a situação problema. - A identificação e avaliação das iniciativas similares de caráter público ou privado. - A identificação das percepções, das experiências e das expectativas dos potenciais beneficiários em relação à problemática. - O envolvimento genuíno dos atores sociais e institucionais relevantes no processo. - O levantamento da bibliografia relevante sobre o tema, tanto do ponto de vista teórico quanto da análise de experiências similares.
O diagnóstico pode ser realizado através de:
- Reuniões com grupos beneficiários. - Pesquisa documental. - Entrevistas qualitativas com informantes chave. - Oficinas de análise da problemática a partir dos dados e informações levantados.

Roteiro para a fase de reflexão

Descreva a situação diante da qual pretende intervir e faça em seguida as seguintes reflexões:
- O que somos como instituição;
- O que desejamos vir a ser;
- O que é preciso fazer para chegar onde queremos;
- O que pode mudar;
- O que deve mudar;
- O que pode e deve mudar.

Que estratégias eu preciso utilizar para realizar as mudanças?

Tente identificar na instituição os seguintes grupos:
- Os que não percebem a diferença entre o que existe e deve mudar;
- Os que não acreditam na possibilidade de mudança;
- Os que acreditam que, a partir do que existe, é possível fazer transformações e mudanças.

Diante da realidade na qual pretende intervir, que outras informações obter?

- Relacione todas as informações que considerar importantes;
- Como vai obter as informações;
- Relacione o que já sabe sobre o tema;
- Saia dos seus limites. Visite outras instituições, conheça experiências inovadoras.

Roteiro básico para elaboração de um projeto.

- Título do projeto. - Sumário da proposta. - Apresentação da instituição. - O contexto do projeto. - Objetivos: geral e específicos. - Justificativa de um projeto. - Metodologia a ser utilizada. - Cronograma das atividades. - Cronograma financeiro. - Recursos humanos e materiais. - Critérios ou sistema de acompanhamento e avaliação. - Bibliografia utilizada.

Construindo o objetivo, decidindo o que fazer:

- Diante do estudo realizado, que alternativas a instituição tem para intervir no problema ?
- Disponho de recursos humanos, materiais, necessito de treinamento e capacitação para a equipe?
- O prazo é suficiente?
- Trata-se de problema significativo?
- É oportuna sua abordagem no momento proposto?
- A alternativa traz uma contribuição relevante para o problema a ser abordado?
- É uma alternativa criativa, inovadora, comum, tradicional?
- É viável?
- Há coerência entre a dimensão do problema e a dimensão do projeto?

Um objetivo responde sempre a pergunta: O que?

- São os objetivos estabelecidos que irão apontar a direção do trabalho.
- Podemos definir objetivo como ”resultado direto obtido através da implementação do projeto, expresso de maneira clara e precisa”.
- Os objetivos devem ser operacionalizáveis e exequíveis.

Justificativa de um projeto responde a pergunta: Por que? A justificativa é o espaço onde você vai expor seus argumentos, articular as considerações entre as deficiências locais, suas necessidades e potencialidades. É ela que fundamenta sua proposta, esclarecendo suas hipóteses, mostrando, em uma sequência lógica, sua importância no avanço da solução dos problemas.

- Deve esclarecer quanto à necessidade de realização do projeto.
- Apresenta os principais aspectos da questão: problematização do tema.
- Fundamenta a análise do tema a partir de um referencial teórico.
- Correlaciona as diversas variáveis da situação fazendo uma análise entre elas.
- Utiliza indicadores sociais.
- Demonstra que foram detectadas demandas e necessidades suficientes para justificar o projeto. - Não utilize jargões. Eles demonstram que você não conhece o tema.

Metodologia

Consiste em definir ações, responde a pergunta: COMO? - Deve haver lógica e sequência entre as ações. - Deve haver coerência entre as atividades previstas, os objetivos e a justificativa. - Deve haver relação causal entre as ações previstas e o alcance dos resultados desejados. - Deve esclarecer o nível de participação da população.

Critério ou sistema de acompanhamento e avaliação

Deve descrever como será feita a avaliação do projeto, citando ou relacionando alguns indicadores que serão utilizados.
A auto suficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não têm humildade ou a perdem , não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo. Se alguém não é capaz de sentir-se e saber-se tão homem quanto os outros, é que lhe falta muito para caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles. Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos: Há homens que, em comunhão, buscam saber mais.
Por isto é que não podemos, a não ser ingenuamente , esperar resultados positivos de um programa, seja educativo no sentido mais técnico ou de ação política, se desrespeitando a particular visão de mundo que tenha ou esteja tendo o povo, se constitui numa espécie de “invasão cultural” ainda que feita com a melhor das intenções. Mas, invasão cultural sempre. PAULO FREIRE * Maria Cristina Salomão Almeida é Mestre em Serviço Social pela PUC/RJ; Professora aposentada da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Assessora de Projetos Sociais.


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